Incrível como nós, seres humanos, nos comportamos!
TESE DE MESTRADO NA USP por um PSICÓLOGO
Você enxerga apenas os cargos ou as pessoas? Reflita sobre isso lendo o texto abaixo.
"Se você não sabe onde quer ir, então qualquer caminho servirá para você." Lewis Carrol
“O HOMEM TORNA-SE TUDO OU NADA, CONFORME A EDUCAÇÃO QUE RECEBE”
“Fingi ser gari por 8 anos e vivi como um ser invisível”
Psicólogo varreu as ruas da USP para concluir sua tese de mestrado da
“invisibilidade pública”. Ele comprovou que, em geral, as pessoas
enxergam apenas a função social do outro. Quem não está bem posicionado sob esse critério, vira mera sombra social.
Plínio Delphino, Diário de São Paulo.
O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e trabalhou
oito anos como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo. Ali,
constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são “seres
invisíveis, sem nome”. Em sua tese de mestrado, pela USP, conseguiu
comprovar a existência da “invisibilidade pública”, ou seja, uma
percepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão
social do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa.
Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário de
R$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição
de sua vida:
“Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode
significar um sopro de vida, um sinal da própria existência”, explica o
pesquisador.
O psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não
como um ser humano. “Professores que me abraçavam nos corredores da USP
passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes,
esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me
ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão”,
diz.
E quando você volta para casa, para seu mundo real?
Eu choro. É muito triste, porque, a partir do instante em que você está
inserido nessa condição psicossocial, não se esquece jamais. Acredito
que essa experiência me deixou curado da minha doença burguesa. Esses
homens hoje são meus amigos. Conheço a família deles, freqüento a casa
deles na periferia. Mudei. Nunca deixo de cumprimentar um trabalhador.
Faço questão do trabalhador saber que eu sei que ele existe. Eles são
tratados pior do que um animal doméstico, que sempre é chamado pelo
nome. São tratados como se fossem uma “COISA”.
*Ser IGNORADO é uma das piores sensações que existem na vida!
Eu choro. É muito triste, porque, a partir do instante em que você está
inserido nessa condição psicossocial, não se esquece jamais. Acredito
que essa experiência me deixou curado da minha doença burguesa. Esses
homens hoje são meus amigos. Conheço a família deles, freqüento a casa
deles na periferia. Mudei. Nunca deixo de cumprimentar um trabalhador.
Faço questão do trabalhador saber que eu sei que ele existe. Eles são
tratados pior do que um animal doméstico, que sempre é chamado pelo
nome. São tratados como se fossem uma “COISA”.
*Ser IGNORADO é uma das piores sensações que existem na vida!
Confesso que me emocionei muito com o relato do psicólogo,independente de uma profissão,somos seres humanos e temos um valor inesplicável,seja lá quem for,apesar de que pra muitos isso não tem efeito algum,o prestígio,o caráter não se concretiza apenas em uma profissão.
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